segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Resenha Crítica : Ideologia do Livro Didático

FARIA, Ana Lúcia G. de. Ideologia do livro didático. São Paulo: Cortez: 2000. 101 p.

ANA LÚCIA GOULART DE FARIA é pedagoga e professora de Educação da UNICAMP. Este livro trata de um estudo sobre o tema Trabalho à luz do Materialismo Histórico Dialético. E para fazê-lo foram analisados livros didáticos – de 2ª à 4ª série – mais vendidos no Brasil no ano de 1977. Como também foram feitas entrevistas com crianças de escolas públicas (em sua maioria de origem operária) e com crianças de escolas particulares (de origem de classe média alta). O citado estudo teve como objetivo averiguar como o livro didático trata o tema e qual a percepção das crianças sobre ele.
No que tange ao livro didático, este não considera o valor histórico do trabalho e o conceitua como uma relação homem-natureza, em que tanto o homem como os outros seres vivos modificam a natureza e contribuem para o progresso, que é usufruído por todos. Neste cenário, o trabalho é visto como valor de uso, já que o salário tem pouca importância. A criança, o idoso, a mulher e o índio são discriminados. Já o operário quase não é mencionado.
Quanto às entrevistas, as crianças de origem operária percebem o trabalho como uma questão de sobrevivência. Após os 12 anos a criança deve trabalhar para não ficar preguiçosa. As melhores profissões são para os mais inteligentes. A escola é quem ensina tudo. E se fizer esforço e economia pode até ficar rico. Já as crianças de origem burguesa o percebe mais como um esporte. O patrão só é patrão porque é rico e inteligente. Na escola se aprende as profissões e a mãe é quem ensina o modo de se comportar. O trabalho da criança é o estudo. Em alguns aspectos, há uma percepção semelhante em ambas as crianças. Vale ressaltar que o livro didático não era utilizado nas escolas privadas. Pois não se faz necessário, de uma vez que a ideologia dominante é a da burguesia.

Assim, na ideologia burguesa não há classes sociais. No entanto, a sociedade capitalista é composta por duas classes antagônicas – a burguesia e o proletariado. Daí ser fundamental que se adote uma educação de classe. Para isto não é necessário abolir o livro didático. Mas é o professor que deve adotar uma postura diferente, indo além do conteúdo oficial, pensando junto com os educandos sobre sua condição de vida, suas experiências, proporcionando a eles uma reelaboração das novas informações no que diz respeito aos interesses de sua classe. Isto não implica necessariamente na mudança do modo de produção, mas a preparação de um novo homem, não só capaz de executar, mas também capaz de produzir teoria.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Capital Social e Educação: formação de Jovens e Adultos



Considerando a relação entre Capital Social e Educação, qual seria o papel da educação na formação de jovens e adultos mais participativos na construção das políticas públicas?



O individuo é socialmente construído, em especial pelos valores da sociedade capitalista, que para a manutenção e reprodução de sua hegemonia, sendo detentora dos meios de comunicação de massa, a exemplo da televisão, produz e dissemina sutilmente suas ideias. Quais sejam, o conformismo com a exclusão social; a ideia de que não existe divisão social de classes; seus gostos;  sua visão de mundo; incentivo ao consumismo;  discriminação racial; discriminação de gênero; entre outros. Assim, a camada social dos menos favorecidos, despossuídos de meios de produção e divulgação de suas ideias, as incorporam de forma acrítica, e sem perceberem, se tornam alienados, não tendo assim a oportunidade de romper as barreiras que os impedem de construir um pensamento emancipado e autônomo.
 Sendo a escola um aparelho ideológico do Estado, tende a perpetuar essas ideias, pois os conteúdos ensinados são direcionados para os economicamente e culturalmente incluídos, que é a minoria da população, enquanto que já excluídos materialmente e culturalmente são excluídos dos conhecimentos indispensáveis para a aquisição do capital humano, contribuindo assim para o aumento das desigualdades sociais.
Nesse contexto, entra em cena a implementação da disciplina Sociologia no currículo, com o objetivo, dentre outros, de resgatar o debate sobre o protagonismo juvenil e incutir e encorajar os jovens à participação política, estabelecendo relações entre sua realidade social e as grandes categorias sociológicas que ajudam a explicar sua inserção na sociedade.
 Para tanto, é preciso que a educação, através desta área de conhecimento, desperte a consciência dos jovens e adultos para que percebam a contradição das ideias dominantes e encontre formas de resistência a tais ideias. Isso deve ocorrer através de uma ação política visando a desconstrução da alienação inculcada na mente dos menos favorecidos, em especial dos jovens e adultos, para que percebam os segredos ocultados pelos produtos culturais do poder dominante. É imperativo destacar que formas de alienação sejam identificadas e desmistificadas mediante atividades interdisciplinares e de um espaço próprio para discussão com uma abordagem sociológica, enfatizando os temas sobre a diversidade cultural e a perspectiva da alteridade e encaminhar um debate crítico e plural afirmando essa responsabilidade.
 Na minha concepção tudo isso deve ser vivenciado na cultura escolar, ou seja, nas ações de todos os atores da instituição escolar para que o estudante seja um multiplicador desse capital social,  construído através do capital humano (a educação formal),  na família,  na vizinhança e com seus amigos, de modo a construir uma consciência coletiva que  leve a  sociedade civil a lutar por políticas púbicas que viabilize a minimização da desigualdade social e a promoção de uma cidadania plena.

REFERÊNCIA:

SILVA, Afrânio de Oliveira; SANTOS, Caroline. Capital social, capital humano e educação: o ensino da sociologia e a construção da cidadania.




segunda-feira, 14 de setembro de 2015

LEI 9.394/96- A PARTE DIVERSIFICADA DO CURRÍCULO




Com a implantação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB – Lei 9394 de 20 de dezembro de 1996, novos desafios e implicações surgem para o processo da elaboração da reforma curricular para educação básica. Um desses desafios consiste num currículo, que propõe uma Base Nacional Comum (BCN) e uma Parte Diversificada (PD), atendendo o Art. 26 dessa lei que estabelece:

Os currículos da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino  médio devem ter base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos  educandos.

Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica, a base nacional comum, são os conhecimentos, saberes e valores produzidos culturalmente, expressos nas políticas públicas e que são gerados nas instituições produtoras do conhecimento científico e tecnológico, no mundo do trabalho, no desenvolvimento das linguagens, nas atividades desportivas e corporais, na produção artística, nas formas diversas do exercício da cidadania e nos movimentos sociais.
Ainda, de acordo com essas diretrizes os conteúdos da base comum se traduzem na: Língua Portuguesa; na Matemática; no conhecimento do mundo físico, natural, da realidade social e política, especialmente do Brasil, incluindo-se o estudo da história e cultura Afro-Brasileira e Indígena; na Arte, em suas diferentes formas de expressão, incluindo a música; na Educação Física; no ensino Religioso. Esses componentes curriculares são organizados pelos sistemas educativos, em formas de áreas de conhecimentos, disciplinas, eixos temáticos, preservando-se a especificidade dos diferentes campos do conhecimento, por meio dos quais se desenvolvem as habilidades no exercício da cidadania, em ritmo compatível com as etapas do desenvolvimento integral do cidadão.
A parte diversificada, conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica enriquece e complementa a base nacional comum,, prevendo o estudo das características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da comunidade escolar. É organizada em temas gerais, em forma de áreas de conhecimento, disciplinas, eixos temáticos, selecionados pelos sistemas educativos e pela unidade escolar, colegialmente, para serem desenvolvidos de forma transversal.
Essas diretrizes postulam que, cabe aos órgãos normativos do sistema de ensino expedir orientações quanto aos estudos e atividades correspondentes à parte diversificada, de acordo com a legislação vigente.
A respeito na parte diversificada do currículo, Juca Gil, professor de Políticas Educacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), diz que na base diversificada podem ser incluídas disciplinas de livre escolha das escolas e dos sistemas de ensino, conforme os interesses e as possibilidades de execução. Não há delimitações temáticas para essa última parte: é possível optar por ministrar Geografia municipal, Educação Ambiental, Dança de Salão, Informática, Língua Italiana etc. Segundo Adriana, no curso experimental 01 da Universidade Federal da Bahia, um exemplo de conteúdo da parte diversificada é o escolhido por uma escola do semiárido baiano: estratégias para a convivência com a seca.
Segundo as diretrizes curriculares nacionais, a LDB, porém inclui expressamente o estudo de, pelo menos, uma língua estrangeira moderna como componente obrigatório da parte diversificada, sem determinar qual deva ser, cabendo a sua escolha a comunidade escolar, dentro das possibilidades da escola, que deve considerar o atendimento das características locais, regionais, nacionais e transnacionais, tendo em vista as demandas do mundo do mundo do trabalho e da internacionalização de toda ordem de relações.
Sandra Garcia Regina, coordenadora geral de Ensino Médio da Secretaria de Educação Básica do MEC, em entrevista ao programa Globo Educação, explica que a base nacional não é para ser vista com rigidez, ou como uma espécie de padronização do ensino brasileiro. “Além dos conhecimentos tradicionais, existem outros também necessários à formação do indivíduo. São eles os conhecimentos contemporâneos, que incluem ética, meio ambiente, sexualidade, cultura digital e economia, dentre outras. O currículo precisa ser mais ativo. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional não é rígida, pois ela determina as áreas de conhecimentos e dentro delas as disciplinas têm que dialogar”, destaca a coordenadora.
Neste sentido, cada escola, que tem como modelo a gestão democrática, através de sua proposta pedagógica, tem uma autonomia relativa para elaborar um currículo compatível com a realidade social, política, econômica e individual dos seus educandos.  Autonomia relativa porque deve ter como referência os conteúdos mínimos exigidos pela base comum nacional,  incorporando a estes, a parte diversificada do currículo.

Referências:
A CONSTRUÇÃO DO PROJETO POLÍTICOPEDAGÓGICO DA ESCOLA.  Disponível em < http://www.moodle.ufba.br/mod/book/view.php?id=14550&chapterid=10917> Acesso em 04 Fev. 2015.
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA. ´Brasília, 2013.
Entenda a Base Nacional Comum e sua importância na educação do país: Diretrizes garantem conhecimentos mínimos para exercício da cidadania. Disponível em: <http://redeglobo.globo.com/globoeducacao/noticia/2011/09/entenda-base-nacional-comum-e-sua-importancia-na-educacao-do-pais.html> Acesso em 04 Fev. 2015.
ISTSCHUK, Maria Eutemia; A organização do ensino de Física nas escolas estaduais da cidade de Ponta Grossa: A. Parte diversificada do currículo: Análise de Propostas para a Física nos Campos Gerais. Disponível em< http://www.bicen-tede.uepg.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=149> Acesso em 05 Fev. 2015.

LEI 9394/96. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm Acesso em 04 Fev. 2015.

A Reestruturação Produtiva e a Educação



Listar e comentar as diferenças básicas das características entre o modelo de acumulação capitalista de tipo fordista-taylorista, da nova organização do trabalho, chamada de pós fordismo ou flexível, na qual se destaca o toyotismo.
Diferenças básicas das características entre os modelos de acumulação capitalista: fordista-taylorista e pós fordismo ou flexível

Fordista-Taylorista
Pós fordismo ou Flexível

Produção em série, massiva e de poucos modelos
Produção de poucos modelos em grande quantidade realizada por operários que fazem a mesma tarefa com um único artefato tecnológico.
Produção flexível de acordo com a demanda
 Devido aos modernos e sofisticados equipamentos tecnológicos é possível em um tempo mínimo produzir modelos diferentes e personalizados. No entanto, a fabricação é realizada de acordo com demanda (procura, venda). Por exemplo, no supermercado, à medida que são vendidos os produtos outros são colocados em seu lugar e no caso da fábrica são produzidos.

Trabalho fragmentado em especializações definidas e rígidas
Há um ordenamento hierarquizado e piramidal. Ou seja, o fazer é separado do pensar. Ao operário cabe o fazer, enquanto que a idealização fica a cargo do departamento técnico e a manutenção e o controle de qualidade são feitos por outros setores.

A polivalência ou a multiplicação

O fazer e pensar estão juntos. Um único trabalhador controla várias máquinas, faz o controle de qualidade, a manutenção, os pequenos reparos e a limpeza. O trabalho é realizado em ilhas de produção, nas quais equipes de operários são encarregadas de todas as tarefas, para que na falta de um operário o ritmo de trabalho é mantido, não havendo assim prejuízo na produtividade.
A verticalização da produção
A indústria abarcando todas as atividades que envolvem a produção final. Ou seja, toda produção é concentrada no interior da empresa matriz.
A horizontalização da produção
Diz respeito a terceirização que  a partir desta contrata quartas ou quintas, abrangendo, inclusive o trabalho  domiciliar  por produção, sendo os trabalhadores desprovidos dos benefícios sociais e trabalhistas. Havendo assim, a fragmentação e a desmobilização dos trabalhadores, pois a produção se espalha por vários espaços, antes concentrada na empresa matriz.

O Just in time

Constitui-se na produção com estoque mínimo, tendo em vista que o estoque é capital imobilizado e, portanto não cria valor.

Gestão participativa

O capitalista ganha a consciência dos trabalhadores para junto com a direção da empresa  competir contra as outras empresas. Para tanto, existem os círculos de controle de qualidade, que incentivam os operários na busca da melhoria contínua dos processos produtivos.

Qualidade total

Os operários são coparticipantes da qualidade total da produção. Aparentemente há uma aproximação da direção da fábrica com os operários para acatar as sugestões dos trabalhadores fazendo-se acreditar que são partes integrantes dos destinos da empresa. Mas na verdade, esses trabalhadores contribuem para gigantescas rendas para as unidades produtivas.

Ideia de grande família
A empresa ideologicamente passa para os operários que todos devem lutar pelo bem comum, ou seja, o desempenho de toda a fábrica, como se fosse uma grande família, ocultando a diferença de classes, ou seja, a divisão da sociedade em classes, no caso fazendo o operário entender que pertence a mesma classe social do capitalista.

A fábrica procura assumir benefícios omitidos pelo Estado

A fabrica oferta ao trabalhador vários benefícios omitidos pelo Estado, quais sejam, lazer, clubes para a família, saúde, educação, entre outros, visando sedimentar os laços de fidelização dos trabalhadores com a empresa.

Reprodução na fábrica de um esquema semelhante ao da democracia representativa
O esquema configura-se de forma democrática, no entanto o conteúdo é autoritário, já que coibe todas as formas de organização autêntica dos trabalhadores, mediante a cooptação de lideranças sindicais, de repressão aos sindicatos independentes e incentivos à fragmentação das organizações dos trabalhadores.

Emprego temporário ou precarizado
O emprego temporário ou precarizado é inerente ao modelo de produção flexível.

Referência:

ASSIS, José Gomes et all. Economia da Educação In:  Licenciatura em Matemática a Distância. Livro 8. Editora Universitária, UFPB.

Capital Humano e Educação

 Como é concebido o cidadão educado, na Teoria do Capital Humano?

Desde a década de 1960, que as politicas públicas educacionais estão atreladas ao desenvolvimento econômico. Melhor dizendo, o binômio educação e desenvolvimento é colocado na centralidade das políticas educativas. Estas estão direcionadas para atender as demandas da economia. Neste cenário, a Teoria do Capital Humano (TCH) - idealizada por Theodoro W.Schultz  na década de 50, nos Estados Unidos - se constitui o principal estatuto teórico da política educacional.
Segundo o idealizador do TCH, o trabalho humano quando qualificado pela educação é um dos principais meios de aumento da produtividade e, por consequência dos lucros do capital.
Na concepção de Schultz, Capital Humano é a soma dos investimentos do indivíduo em aquisição de conhecimentos, habilidades e capacidades produtivas e é adquirido em sua quase totalidade nas escolas e universidades. O indivíduo detentor desse Capital Humano é considerado o cidadão educado.
 Este capital humano, em qualquer momento, é revertido em benefícios econômicos para o próprio indivíduo. Isso ocorre no momento em que o indivíduo ingressa em determinadas funções sociais e para atender as exigências de uma economia globalizada, aumenta a produtividade no seu posto de trabalho com o menor custo possível e, em decorrência mais lucro, ou seja, a acumulação do capital financeiro, enquanto que esse trabalhador por atender as exigências do mercado de trabalho é promovido através da progressão salarial, obtendo assim, a ascensão social.
Assim, a TCH mascara a contradição capital-trabalho, fazendo com que o trabalhador acredite que é um capitalista, que não é dono da força de trabalho e sim de um novo tipo de capital – o capital humano - tão necessário ao desenvolvimento quanto o capital financeiro.

Para Schultz, a educação enquanto formadora de Capital Humano, em que sentido favorece o individuo e a empresa?
A educação enquanto formadora do Capital Humano favorece o individuo e a empresa da seguinte forma:
A educação favorece o indivíduo ao proporcionar-lhe conhecimentos, habilidades e capacidades produtivas, ou seja, o Capital Humano que o torna um cidadão educado para o mercado de trabalho. Este cidadão, ao ser admitido por uma empresa deverá aumentar a produtividade e, consequentemente o lucro, favorecendo assim o capitalista financeiro. Este por sua vez, promoverá o trabalhador com a progressão salarial e em decorrência o individuo obterá a ascensão social.
Em resumo, o indivíduo entra com o capital humano sendo favorecido com a progressão salarial e em decorrência a ascensão social e, portanto o desenvolvimento social e pessoal.  Enquanto que a empresa é favorecida com mais lucro e, por conseguinte a acumulação do capital financeiro.

Referências:

AGUIAR, Letícia Carneiro. A EDUCAÇÃO NA CONCEPÇÃO DA TEORIA DO CAPITAL HUMANO in Teoria do capital humano nas políticas públicas para a educação brasileira e catarinense (pp 04-07). In: Atos de pesquisa em educação – PPGE/ME FURB ISSN 1809-0354, v.7,n.1, p. 2-26, jan./abr;2012.
CANDIOTTO, Cesar. INTRODUÇÃO À PROBLEMÁTICA: A GÊNESE DA CONCEPÇÃO DE CAPITAL HUMANO (pp. 200 a 204).  In Aproximações entre capital humano e qualidade total na educação. Educar, Curitiba, n. 19, p. 199-216. Editora da UFPR.


As mudanças no mundo do trabalho: Nova Pedagogia do Trabalho




O atual modelo de produção - globalização da economia e reestruturação produtiva - tem como características tecnologia de base flexível e rápida, intensificação de práticas transnacionais na economia com seus padrões de produção e consumo, comunicação em redes interplanetárias, acesso a informações, uniformização e integração de hábitos.
Este modo de organização econômica exige competências intelectualmente mais complexas, derivadas do domínio teórico, voltadas para o enfrentamento de ações novas que exige reflexão, crítica, flexibilidade, autonomia moral e intelectual, além da capacidade de educar-se permanentemente.
 Para tanto exigem conhecimentos e habilidades demandadas por ocupações especificas, conhecimentos básicos, tanto no plano dos instrumentos necessários para o domínio da ciência, da cultura e das formas de comunicação, como no plano dos conhecimentos científicos e tecnológicos presentes no mundo do trabalho e das relações sociais contemporâneas.


No entanto, todas as mudanças no mercado globalizado não superam a divisão social e técnica do trabalho, pois devido à própria ideologia capitalista - a racionalidade econômica - ainda predomina o Projeto pedagógico do modelo econômico taylorista/fordista, no qual a educação tanto nas escolas quanto nas instituições especificas de educação profissional e nos treinamentos das empresas não prepara o trabalhador para a sua inserção igualitária no mundo do trabalho, tendo em vista que as formas metodológicas deste modelo priorizam a multiplicação de cursos de treinamento fragmentado, direcionados para ocupações bem definidas, ofertados de forma desordenada, de tal maneira que o trabalhador coleciona uma gama de certificados sem, no entanto, construir uma qualificação orgânica e consistente. Estes cursos se resumem na memorização de regras básicas e procedimentos técnicos específicos.
Neste contexto, à formação dos trabalhadores, embora incluídos no mundo do trabalho, há uma dicotomia, tendo em vista que há duas modalidades de educação: a educação técnico-científica para um número reduzido mesmo assim, há uma estratificação entre eles. E a educação precária para um grande contingente de trabalhadores, responsáveis por atividades trabalhistas precarizadas. Devido ao caráter concentrador do capitalismo, acentuado pelo padrão de acumulação, há uma grande massa de excluídos, que se acentua diariamente, totalmente, excluídos da produção e consumo e, consequentemente, do direito à educação e à formação profissional de qualidade. Estes, inegavelmente, precisam dominar o conhecimento e o método, por serem  condições determinantes à sobrevivência.
Diante do exposto, é perceptível que a escola é reprodutora dessas desigualdades sociais, em especial do processo econômico. Posto que ela perpetua a inclusão dos alunos já incluídos, tendo em vista que eles possuem experiências sociais e culturais decorrentes de suas condições materiais,  que lhes favorecem o desenvolvimento de habilidades cognitivas, hábitos e condutas inerentes  conhecimento sistematizado, que  facilitam  o enfrentamento de situações dinâmicas com a necessária flexibilidade, próprias do atual modelo econômico. Dessa forma, a escola pré- seleciona os que terão melhores oportunidades no mundo do trabalho, bem como os que não apresentam sociais, culturais e matérias serão os pré-selecionados para atuar nas unidades produtoras, nas quais ainda predomina o modelo econômico taylorista/fordista.
,
Essa polarização na formação da população ocorre devido ao discurso da ideologia capitalista ser a universalização da educação pública e de qualidade para todos, em especial a Educação Básica e na prática, atendendo as orientações internacionais, garante o Ensino Fundamental e restringe o Ensino Médio, o qual deveria proporcionar as habilidades cognitivas, os conteúdos   métodos necessários  inserção igualitária no mundo do trabalho.
Assim, no espaço fabril, os poucos alunos/trabalhadores quel tiveram oportunidade de maior apropriação de conhecimentos científicos e tecnológicos ocupam os cargos mais elevados na hierarquia do trabalho coletivo. Dentre as funções exercidas estão, criação ou adequação de novas tecnologias, gestão de qualidade e funções administrativas diversificadas; para os alunos/trabalhadores que se apropriaram de conhecimentos científicos-tecnológicos específicos e habilidades psicofísicas e modos operacionais, ou seja, conhecimentos e destrezas específicas atuam nas unidades produtivas, nas quais predomina o modelo taylorista/fordista. Para estes, o requisito é que tenha o Ensino Fundamental Completo. por fim, os alunos/trabalhadores  que se apropriaram de conhecimentos mais abrangentes dos campos das ciências presentes no processo produtivo, inclusive de línguas estrangeiras, informática e formas de comunicação com ênfase na competência potencial para usar conhecimentos teóricos para resolver problemas práticos, domínio de cuidados operacionais necessários para lidar com equipamentos sofisticados e de alto custo ocupam cargos nas áreas automatizadas. Para estes trabalhadores o requisito para a admissão é o Ensino Médio Completo. Eles exercem as funções de alimentar/vigiar as máquinas, controlar a existência de problemas por meio de mensagens emitidas na tela do computador. Para tanto, exige-se apenas a memorização de teclas a serem utilizados sempre que necessário.
Devido os custos altos, para uma qualificação em serviço, é mais fácil e barato comprovar a competência por certificação escolar, sem nenhuma comprovação de domínio dos conteúdos. No entanto, no exercício da profissão cabe ao trabalhador mostrar as competências  necessárias para o cargo, tendo em vista que  o alto custo dos processos intensivos em tecnologia exige trabalhadores responsáveis, atentos, flexíveis com relação a necessidade de constantes mudanças e capazes para enfrentar situações problemas com agilidade.
Todavia, o atual contexto econômico exige um novo trabalhador para todos os setores da economia com capacidades intelectuais que lhe permita adaptar-se à produção flexível. Dentre elas estão: a capacidade de comunicar-se adequadamente, mediante o domínio dos códigos e linguagens, incorporando, além da língua materna, uma língua estrangeira moderna e as novas formas trazidas pela semiótica; autonomia intelectual para resolver problemas práticos, utilizando os conhecimentos científicos, buscando aperfeiçoar-se continuamente; a autonomia moral, por meio da capacidade de enfrentar novas situações que exigem posicionamento ético; capacidade de comprometer-se com o trabalho, entendido em sua forma mais ampla de construção do homem e da sociedade, por meio da responsabilidade, da crítica, da criatividade.
As transformações do mundo trabalho exige muito mais do que o exposto.   Em primeiro lugar a universalização do Ensino Fundamental e Médio, com qualidade, para toda a população. Em segundo lugar, uma profunda revisão do trabalho pedagógico realizado nas escolas, visando à construção uma nova proposta pedagógica que supere as limitações do modelo Taylorista/Fordista.

Para tanto, a nova proposta deve estar fundamentada nos seguintes pressupostos:
·         Articulação entre conhecimento básico e conhecimento especifico tendo o mundo do trabalho e as relações sociais como eixo definidor dos conteúdos. Dizendo de outra forma, privilegiar a práxis social e as  peculiaridades de cada processo produtivo, as situações concretas do processo produtivo, como ponto de partida para a seleção e organização dos conteúdos. Substituindo assim, o eixo de organização dos conteúdos, que tradicionalmente tinha como ponto de partida as áreas de conhecimento;
·         Articulação entre saber para o mundo do trabalho e saber para o mundo das relações sociais, privilegiando-se conteúdos demandados pelo exercício da cidadania, que se situam nos terrenos da economia, da política, da historia, da filosofia, da ética e assim por diante;
·         Articulação entre conhecimento do trabalho e conhecimento das formas de gestão e organização do trabalho;

·         Articulação dos diferentes atores para a construção da proposta: setores organizados da sociedade civil, professores e pedagogos, responsáveis pela gestão estatal da educação e responsáveis pela formação de profissionais de educação.
Nessa nova proposta pedagógica a prioridade é para relação teoria/prática;  são outras habilidades, para além da simples memorização de passos e procedimentos, que incluem as habilidades de comunicação, a capacidade de buscar informações em fontes diversas e a possibilidade de trabalhar com estas informações para resolver situações problemáticas, criando novas soluções; e principalmente , é outro processo de conhecer, que ultrapassa a relação apenas individual do homem com o conhecimento, para incorporar as múltiplas mediações do trabalho coletivo.
 Para tanto, não é necessário novos conteúdos, mas que os conteúdos tradicionalmente ensinados, para uma camada restrita da população, que consegue ultrapassar a barreira da seletividade, devem ser objeto de ampla democratização, uma vez que são requisitos mínimos para a participação competente em um setor produtivo que cada vez mais incorpora ciência e tecnologia. Nessa nova pedagogia, a diferença está na forma de selecionar, organizar e trabalhar os conteúdos.
Nesse novo projeto pedagógico, devem ser incluídos os conteúdos sobre as determinações sociais e políticas que levaram à globalização da economia, à reestruturação produtiva e às novas relações entre Estado e sociedade, circunscritos ao campo teórico ideológico do neoliberalismo.
Nestes conteúdos devem ser priorizados:
·         as novas formas de organização e gestão dos processos produtivos e das novas relações sociais por  estes determinadas, incluindo os novos processos de qualidade, não exclusivamente inscritos no âmbito da produtividade, mas principalmente no âmbito da qualidade de vida em todas as dimensões compreendendo a preservação do ambiente;
·         novos instrumentos de gestão e controle do trabalho;
·         as transformações que estão sendo propostas para a legislação trabalhista e previdenciária;
·         as novas formas da organização da economia e dos trabalhadores como alternativas às antigas formas de enfrentamento das condições entre capital e trabalho;
·         as novas demandas de educação geral e profissional para os trabalhadores;
·         os impactos das novas tecnologias sobre a saúde, a segurança em geral e no trabalho.
Essa aprendizagem se faz necessária tendo em vista que os alunos irão desenvolver a capacidade de análise das relações sociais e produtivas e das transformações que ocorrem no mundo do trabalho.
A ênfase no domínio de matemática básica; do desenho geométrico, da língua portuguesa, da estatística, de uma língua estrangeira moderna e de  informática básica. Estas são ferramentas que permitem a apropriação dos conhecimentos científicos, tecnológicos, sócio históricos e de gestão.
 Os conteúdos e as habilidades na área de comunicação, consideradas todas as suas formas e modalidades, incluindo a língua portuguesa, as línguas estrangeiras e os meios informatizados de comunicação, passam a ser estratégicos, nos seguintes aspectos: avaliação crítica, participação produtiva, relações interpessoais no trabalho e na sociedade, participação social.
Neste cenário, a nova função do professor é gerenciar o processo de aprender, não mais ensinando por meio de relações interpessoais com o aluno e sim estabelecendo a relação entre eles e a ciência no seu acontecendo, na práxis social e produtiva. Este processo se da não mais exclusivamente na dimensão individual, mas através de  relações que são sociais, articulando dessa forma as dimensões individual e coletiva, subjetiva e objetiva, teórica e prática, que caracteriza o trabalho humano enquanto categoria fundante dos processos de produção do conhecimento.
Dessa forma, através do novo projeto pedagógico, a educação, estará comprometida com os trabalhadores e excluídos, proporcionando-se uma formação intelectual, técnica  e eticamente desenvolvidos  e politicamente comprometidos com a construção de uma  nova sociedade.


Referência:
KUENZER, Acácia Zeneida. AS MUDANÇAS NO MUNDO DO TRABALHO E A EDUCAÇÃO: novos desafios para a gestão.


As mudanças no Mundo do Trabalho e a Educação





 Neste texto serão apresentadas as principais características do modelo de produção taylorista/fordista, que dominou o ciclo de crescimento econômico no pós Segunda Guerra até o final dos anos 60, bem como o atual modelo, a globalização da economia e a reestruturação produtiva.




Taylorista/ Fordista



Projeto Pedagógico : taylorista/fordista
Globalização da economia e reestruturação produtiva

Projeto Pedagógico :  Globalização da economia e reestruturação produtiva

Característica:     Tecnologia de base rígida relativamente estável.
.Tem como base as tendências pedagógicas conservadoras, em todas as suas modalidades, as quais ora privilegiam ora a racionalidade formal, ora a racionalidade técnica, sempre se fundaram na divisão entre pensamento e ação. Esta foi dando origem, historicamente, a uma pedagogia escolar centrada ora nos conteúdos, ora nas atividades, mas nunca  comprometida com o estabelecimento de uma relação entre o aluno e o conhecimento que integrasse verdadeiramente conteúdo e método, de modo a propiciar o domínio intelectual das práticas sociais e produtivas. Os conteúdos anos após anos são repetidos de forma linear e fragmentados, tendo como habilidade cognitiva fundamental a memorização.
O trabalho pedagógico é organizado em duas versões, de forma rigidamente hierarquizada e centralizada para assegurar o pre-disciplinamento necessário à vida social e produtiva, uma para formação de dirigentes que conduzia a Universidade e outra para a formação de trabalhadores.
Em resumo, o trabalhador é preparado para o  como faz, aprendendo um conjunto de atributos individuais, psicofísicos, comportamentais e teóricos.
Características : Tecnologia de  base flexível e rápida,   intensificação  de práticas transnacionais na economia com seus padrões de produção e consumo, comunicação em redes interplanetárias, acesso a informações, uniformização e integração de hábitos.
A sociedade pretende formar os intelectuais/trabalhadores, os cidadãos/produtores para atender às novas demandas postas pela globalização da economia e pela reestruturação produtiva.

Neste projeto, a Pedagogia tem como objetivo a capacidade de lidar com incerteza, substituindo a rigidez pela flexibilidade e rapidez, de forma a atender a demandas dinâmicas que se diversificam em qualidade e quantidade.

Os conteúdos tradicionalmente ensinadas para uma camada restrita da população, que consegue ultrapassar a barreira da seletividade,  deveriam ser objeto de ampla democratização, uma vez que são requisitos mínimos para a participação competente em um setor produtivo que cada vez mais incorpora ciência e tecnologia.





Paradigma Tecnológico:  eletromecânica  - possui alternativas de solução bem definidas com a ciência e a tecnologia incorporadas aos equipamentos

Paradigma: Organização em unidades fabris que concentram grande número de trabalhadores, distribuídos em uma estrutura verticalizada que se desdobra em vários níveis operacionais, intermediários (de supervisão) e de planejamento e gestão, cuja finalidade é a, produção em massa de produtos homogêneos e demandas pouco diversificadas.

Paradigma Tecnológico: microeletrônica, cuja característica principal é a flexibilidade, assegura amplo espectro de soluções possíveis, desde que a ciência e a tecnologia passem a ser domínio dos trabalhadores.

Paradigmas econômicos e socioculturais: incorporação de culturas dominadas às culturas hegemônicas. Novos temas passam a fazer parte da agenda internacional, como pobreza, as questões ambientais e raciais, a segurança coletiva. Esta exclusão reproduz-se permanentemente, tendo que visto que a lógica dominante é a racionalidade econômica.

Forma de organização: Linha de produção que consiste na divisão do processo produtivo em pequenas partes, onde o tempo e os movimentos são padronizados e rigorosamente controlados por inspetores de qualidade e as ações de planejamento são separadas da produção.

Forma de organização: células de produção - exige que o funcionário seja polivalente. Visa também obter um melhor controle de qualidade..


Características do trabalhador:. Exige-se apenas a capacidade de trocar uns poucos componentes, que demandam comportamentos operacionais predeterminados e com pouca variação. Para tanto, é  preciso apenas compreender os movimentos necessários a cada operação, memorizá-los e repeti-los ao longo do tempo  Isso porque a ciência e a tecnologia tem   em sua configuração um número restrito de possibilidades de operações diferenciadas.

Características do trabalhador: Para todas os setores da economia, com capacidades intelectuais que lhe permita adaptar-se à produção flexível. Dentre elas, algumas merecem destaque: a capacidade de comunicar-se adequadamente; a autonomia intelectual para resolver problemas práticos, utilizando os conhecimentos científicos, buscando aperfeiçoar-se continuamente; a autonomia moral, por meio da capacidade de enfrentar novas situações que exigem posicionamento ético; capacidade de comprometer-se com o trabalho, por meio da responsabilidade, da crítica, da criatividade.







Algumas considerações referentes às transformações do modelo de produção taylorista/fordista para o modelo da Globalização da economia e reestruturação produtiva: a base técnica de produção fordista vai aos poucos sendo substituída por um processo de trabalho de um novo paradigma tecnológico apoiado essencialmente na microeletrônica; o projeto pedagógico do modelo taylorista/fordista vai sendo substituído pelo projeto pedagógico da globalização da economia e reestruturação produtiva, o qual ainda hegemônico começa a apresentar-se como dominante; a globalização da economia e a reestruturação produtiva enquanto macroestratégias responsáveis pelo novo padrão de acumulação capitalista transformam radicalmente o paradigma taylorista/fordista imprimindo vertiginosa dinamicidade às mudanças que ocorrem no processo produtivo; os processos de trabalho rígido vão sendo substituídos pelos de base flexível; a  linha de produção vai sendo substituída pelas células de produção; o antigo processo de qualidade dá lugar ao controle internalizado, feito pelo próprio trabalhador; a eletromecânica vai cedendo lugar à microeletrônica.
Enfim, no mercado globalizado passa-se a se falar em Controle Estatístico de Processo e do Produto e as palavras de ordem são qualidade, com menor custo,  e competitividade.

No que diz respeito à formação dos trabalhadores, embora incluídos no mundo do trabalho, há uma dicotomia,  tendo em vista que há duas modalidades de educação: A educação técnico-científica para um número reduzido, mesmo assim, há uma estratificação entre eles. E a educação precária para um grande contingente de trabalhadores, responsáveis por atividades trabalhistas precarizadas. Totalmente, fora das possibilidades de produção e consumo e, em decorrência, do direito à educação e à formação profissional de qualidade, há uma grande massa de excluídos, que cresce a cada dia, devido  ao caráter concentrador do capitalismo, acentuado por esse novo padrão de acumulação.
Diante deste cenário, é importante salientar que há avanços no tocante a qualificação para o trabalho através da Educação básica, no entanto, não é para todos, pois ainda predomina nas escolas o Projeto pedagógico do taylorista/fordista, a educação do trabalhador é concebida através da articulação de diferentes elementos, por meio da mediação das relações que ocorrem no trabalho coletivo resultando de vários determinantes subjetivos e objetivos, a exemplo de relações sociais vividas e suas articulações, escolaridade, acesso a informações, domínio do método científico, duração e profundidade das experiências vivenciadas, tanto laborais quanto sociais, acesso a espaço, saberes, manifestações científicas e culturais.
Em decorrência, a educação profissional passa a repousar sobre os conhecimentos e habilidades cognitivas e comportamentais que permitam ao cidadão científico, de forma a ser capaz de se utilizar de conhecimentos científicos e tecnológicos de modo articulado para resolver problemas  de prática social e produtiva.
No entanto, todas as mudanças no mercado globalizado não superam a divisão social e técnica do trabalho, pois a educação escolar não prepara o trabalhador para a sua inserção igualitária no mundo do trabalho, fato este que ocorre pela própria ideologia capitalista, que e a racionalidade econômica.

Referência:
KUENZER, Acácia Zeneida. AS MUDANÇAS NO MUNDO DO TRABALHO E A EDUCAÇÃO: nov