segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Capital Humano e Educação

 Como é concebido o cidadão educado, na Teoria do Capital Humano?

Desde a década de 1960, que as politicas públicas educacionais estão atreladas ao desenvolvimento econômico. Melhor dizendo, o binômio educação e desenvolvimento é colocado na centralidade das políticas educativas. Estas estão direcionadas para atender as demandas da economia. Neste cenário, a Teoria do Capital Humano (TCH) - idealizada por Theodoro W.Schultz  na década de 50, nos Estados Unidos - se constitui o principal estatuto teórico da política educacional.
Segundo o idealizador do TCH, o trabalho humano quando qualificado pela educação é um dos principais meios de aumento da produtividade e, por consequência dos lucros do capital.
Na concepção de Schultz, Capital Humano é a soma dos investimentos do indivíduo em aquisição de conhecimentos, habilidades e capacidades produtivas e é adquirido em sua quase totalidade nas escolas e universidades. O indivíduo detentor desse Capital Humano é considerado o cidadão educado.
 Este capital humano, em qualquer momento, é revertido em benefícios econômicos para o próprio indivíduo. Isso ocorre no momento em que o indivíduo ingressa em determinadas funções sociais e para atender as exigências de uma economia globalizada, aumenta a produtividade no seu posto de trabalho com o menor custo possível e, em decorrência mais lucro, ou seja, a acumulação do capital financeiro, enquanto que esse trabalhador por atender as exigências do mercado de trabalho é promovido através da progressão salarial, obtendo assim, a ascensão social.
Assim, a TCH mascara a contradição capital-trabalho, fazendo com que o trabalhador acredite que é um capitalista, que não é dono da força de trabalho e sim de um novo tipo de capital – o capital humano - tão necessário ao desenvolvimento quanto o capital financeiro.

Para Schultz, a educação enquanto formadora de Capital Humano, em que sentido favorece o individuo e a empresa?
A educação enquanto formadora do Capital Humano favorece o individuo e a empresa da seguinte forma:
A educação favorece o indivíduo ao proporcionar-lhe conhecimentos, habilidades e capacidades produtivas, ou seja, o Capital Humano que o torna um cidadão educado para o mercado de trabalho. Este cidadão, ao ser admitido por uma empresa deverá aumentar a produtividade e, consequentemente o lucro, favorecendo assim o capitalista financeiro. Este por sua vez, promoverá o trabalhador com a progressão salarial e em decorrência o individuo obterá a ascensão social.
Em resumo, o indivíduo entra com o capital humano sendo favorecido com a progressão salarial e em decorrência a ascensão social e, portanto o desenvolvimento social e pessoal.  Enquanto que a empresa é favorecida com mais lucro e, por conseguinte a acumulação do capital financeiro.

Referências:

AGUIAR, Letícia Carneiro. A EDUCAÇÃO NA CONCEPÇÃO DA TEORIA DO CAPITAL HUMANO in Teoria do capital humano nas políticas públicas para a educação brasileira e catarinense (pp 04-07). In: Atos de pesquisa em educação – PPGE/ME FURB ISSN 1809-0354, v.7,n.1, p. 2-26, jan./abr;2012.
CANDIOTTO, Cesar. INTRODUÇÃO À PROBLEMÁTICA: A GÊNESE DA CONCEPÇÃO DE CAPITAL HUMANO (pp. 200 a 204).  In Aproximações entre capital humano e qualidade total na educação. Educar, Curitiba, n. 19, p. 199-216. Editora da UFPR.


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