sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Capital Social e Educação: formação de Jovens e Adultos



Considerando a relação entre Capital Social e Educação, qual seria o papel da educação na formação de jovens e adultos mais participativos na construção das políticas públicas?



O individuo é socialmente construído, em especial pelos valores da sociedade capitalista, que para a manutenção e reprodução de sua hegemonia, sendo detentora dos meios de comunicação de massa, a exemplo da televisão, produz e dissemina sutilmente suas ideias. Quais sejam, o conformismo com a exclusão social; a ideia de que não existe divisão social de classes; seus gostos;  sua visão de mundo; incentivo ao consumismo;  discriminação racial; discriminação de gênero; entre outros. Assim, a camada social dos menos favorecidos, despossuídos de meios de produção e divulgação de suas ideias, as incorporam de forma acrítica, e sem perceberem, se tornam alienados, não tendo assim a oportunidade de romper as barreiras que os impedem de construir um pensamento emancipado e autônomo.
 Sendo a escola um aparelho ideológico do Estado, tende a perpetuar essas ideias, pois os conteúdos ensinados são direcionados para os economicamente e culturalmente incluídos, que é a minoria da população, enquanto que já excluídos materialmente e culturalmente são excluídos dos conhecimentos indispensáveis para a aquisição do capital humano, contribuindo assim para o aumento das desigualdades sociais.
Nesse contexto, entra em cena a implementação da disciplina Sociologia no currículo, com o objetivo, dentre outros, de resgatar o debate sobre o protagonismo juvenil e incutir e encorajar os jovens à participação política, estabelecendo relações entre sua realidade social e as grandes categorias sociológicas que ajudam a explicar sua inserção na sociedade.
 Para tanto, é preciso que a educação, através desta área de conhecimento, desperte a consciência dos jovens e adultos para que percebam a contradição das ideias dominantes e encontre formas de resistência a tais ideias. Isso deve ocorrer através de uma ação política visando a desconstrução da alienação inculcada na mente dos menos favorecidos, em especial dos jovens e adultos, para que percebam os segredos ocultados pelos produtos culturais do poder dominante. É imperativo destacar que formas de alienação sejam identificadas e desmistificadas mediante atividades interdisciplinares e de um espaço próprio para discussão com uma abordagem sociológica, enfatizando os temas sobre a diversidade cultural e a perspectiva da alteridade e encaminhar um debate crítico e plural afirmando essa responsabilidade.
 Na minha concepção tudo isso deve ser vivenciado na cultura escolar, ou seja, nas ações de todos os atores da instituição escolar para que o estudante seja um multiplicador desse capital social,  construído através do capital humano (a educação formal),  na família,  na vizinhança e com seus amigos, de modo a construir uma consciência coletiva que  leve a  sociedade civil a lutar por políticas púbicas que viabilize a minimização da desigualdade social e a promoção de uma cidadania plena.

REFERÊNCIA:

SILVA, Afrânio de Oliveira; SANTOS, Caroline. Capital social, capital humano e educação: o ensino da sociologia e a construção da cidadania.




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