Considerando a relação entre Capital Social e Educação, qual seria o
papel da educação na formação de jovens e adultos mais participativos na
construção das políticas públicas?
O individuo é socialmente construído, em especial pelos
valores da sociedade capitalista, que para a manutenção e reprodução de sua
hegemonia, sendo detentora dos meios de comunicação de massa, a exemplo da
televisão, produz e dissemina sutilmente suas ideias. Quais sejam, o
conformismo com a exclusão social; a ideia de que não existe divisão social de
classes; seus gostos; sua visão de
mundo; incentivo ao consumismo; discriminação
racial; discriminação de gênero; entre outros. Assim, a camada social dos menos
favorecidos, despossuídos de meios de produção e divulgação de suas ideias, as
incorporam de forma acrítica, e sem perceberem, se tornam alienados, não tendo
assim a oportunidade de romper as barreiras que os impedem de construir um
pensamento emancipado e autônomo.
Sendo a escola um
aparelho ideológico do Estado, tende a perpetuar essas ideias, pois os
conteúdos ensinados são direcionados para os economicamente e culturalmente incluídos,
que é a minoria da população, enquanto que já excluídos materialmente e
culturalmente são excluídos dos conhecimentos indispensáveis para a aquisição
do capital humano, contribuindo assim para o aumento das desigualdades sociais.
Nesse contexto, entra em cena a implementação da disciplina
Sociologia no currículo, com o objetivo, dentre outros, de resgatar o debate
sobre o protagonismo juvenil e incutir e encorajar os jovens à participação
política, estabelecendo relações entre sua realidade social e as grandes
categorias sociológicas que ajudam a explicar sua inserção na sociedade.
Para tanto, é preciso
que a educação, através desta área de conhecimento, desperte a consciência dos
jovens e adultos para que percebam a contradição das ideias dominantes e
encontre formas de resistência a tais ideias. Isso deve ocorrer através de uma
ação política visando a desconstrução da alienação inculcada na mente dos menos
favorecidos, em especial dos jovens e adultos, para que percebam os segredos
ocultados pelos produtos culturais do poder dominante. É imperativo destacar que
formas de alienação sejam identificadas e desmistificadas mediante atividades
interdisciplinares e de um espaço próprio para discussão com uma abordagem
sociológica, enfatizando os temas sobre a diversidade cultural e a perspectiva
da alteridade e encaminhar um debate crítico e plural afirmando essa
responsabilidade.
Na minha concepção tudo
isso deve ser vivenciado na cultura escolar, ou seja, nas ações de todos os
atores da instituição escolar para que o estudante seja um multiplicador desse
capital social, construído através do
capital humano (a educação formal), na
família, na vizinhança e com seus
amigos, de modo a construir uma consciência coletiva que leve a sociedade civil a lutar por políticas púbicas que
viabilize a minimização da desigualdade social e a promoção de uma cidadania
plena.
REFERÊNCIA:
SILVA,
Afrânio de Oliveira; SANTOS, Caroline. Capital
social, capital humano e educação: o ensino da sociologia e a construção da
cidadania.
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