segunda-feira, 31 de agosto de 2015




Elabore uma lista das principais modificações ocorridas no mundo do trabalho e faça um breve comentário sobre cada uma delas.

Esta atividade consiste em elencar as principais características do modelo de produção talorista/fordista, que dominou o ciclo de crescimento econômico no pós Segunda Guerra até o final dos anos 60, bem como o atual modelo, a globalização da economia e a reestruturação produtiva.
Para tanto, apresentaremos a tabela abaixo:



Taylorista/ Fordista



Projeto Pedagógico : taylorista/fordista
Globalização da economia e reestruturação produtiva

Projeto Pedagógico :  Globalização da economia e reestruturação produtiva

Característica:     Tecnologia de base rígida relativamente estável.
.Tem como base as tendências pedagógicas conservadoras, em todas as suas modalidades, as quais ora privilegiam ora a racionalidade formal, ora a racionalidade técnica, sempre se fundaram na divisão entre pensamento e ação. Esta foi dando origem, historicamente, a uma pedagogia escolar centrada ora nos conteúdos, ora nas atividades, mas nunca  comprometida com o estabelecimento de uma relação entre o aluno e o conhecimento que integrasse verdadeiramente conteúdo e método, de modo a propiciar o domínio intelectual das práticas sociais e produtivas. Os conteúdos anos após anos são repetidos de forma linear e fragmentados, tendo como habilidade cognitiva fundamental a memorização.
O trabalho pedagógico é organizado em duas versões, de forma rigidamente hierarquizada e centralizada para assegurar o pre-disciplinamento necessário à vida social e produtiva, uma para formação de dirigentes que conduzia a Universidade e outra para a formação de trabalhadores.
Em resumo, o trabalhador é preparado para o  como faz, aprendendo um conjunto de atributos individuais, psicofísicos, comportamentais e teóricos.
Características : Tecnologia de  base flexível e rápida,   intensificação  de práticas transnacionais na economia com seus padrões de produção e consumo, comunicação em redes interplanetárias, acesso a informações, uniformização e integração de hábitos.
A sociedade pretende formar os intelectuais/trabalhadores, os cidadãos/produtores para atender às novas demandas postas pela globalização da economia e pela reestruturação produtiva.

Neste projeto, a Pedagogia tem como objetivo a capacidade de lidar com incerteza, substituindo a rigidez pela flexibilidade e rapidez, de forma a atender a demandas dinâmicas que se diversificam em qualidade e quantidade.

Os conteúdos tradicionalmente ensinadas para uma camada restrita da população, que consegue ultrapassar a barreira da seletividade,  deveriam ser objeto de ampla democratização, uma vez que são requisitos mínimos para a participação competente em um setor produtivo que cada vez mais incorpora ciência e tecnologia.





Paradigma Tecnológico:  eletromecânica  - possui alternativas de solução bem definidas com a ciência e a tecnologia incorporadas aos equipamentos

Paradigma: Organização em unidades fabris que concentram grande número de trabalhadores, distribuídos em uma estrutura verticalizada que se desdobra em vários níveis operacionais, intermediários (de supervisão) e de planejamento e gestão, cuja finalidade é a, produção em massa de produtos homogêneos e demandas pouco diversificadas.

Paradigma Tecnológico: microeletrônica, cuja característica principal é a flexibilidade, assegura amplo espectro de soluções possíveis, desde que a ciência e a tecnologia passem a ser domínio dos trabalhadores.

Paradigmas econômicos e socioculturais: incorporação de culturas dominadas às culturas hegemônicas. Novos temas passam a fazer parte da agenda internacional, como pobreza, as questões ambientais e raciais, a segurança coletiva. Esta exclusão reproduz-se permanentemente, tendo que visto que a lógica dominante é a racionalidade econômica.

Forma de organização: Linha de produção que consiste na divisão do processo produtivo em pequenas partes, onde o tempo e os movimentos são padronizados e rigorosamente controlados por inspetores de qualidade e as ações de planejamento são separadas da produção.

Forma de organização: células de produção - exige que o funcionário seja polivalente. Visa também obter um melhor controle de qualidade..


Características do trabalhador:. Exige-se apenas a capacidade de trocar uns poucos componentes, que demandam comportamentos operacionais predeterminados e com pouca variação. Para tanto, é  preciso apenas compreender os movimentos necessários a cada operação, memorizá-los e repeti-los ao longo do tempo  Isso porque a ciência e a tecnologia tem   em sua configuração um número restrito de possibilidades de operações diferenciadas.

Características do trabalhador: Para todas os setores da economia, com capacidades intelectuais que lhe permita adaptar-se à produção flexível. Dentre elas, algumas merecem destaque: a capacidade de comunicar-se adequadamente; a autonomia intelectual para resolver problemas práticos, utilizando os conhecimentos científicos, buscando aperfeiçoar-se continuamente; a autonomia moral, por meio da capacidade de enfrentar novas situações que exigem posicionamento ético; capacidade de comprometer-se com o trabalho, por meio da responsabilidade, da crítica, da criatividade.







Algumas considerações referentes às transformações do modelo de produção taylorista/fordista para o modelo da Globalização da economia e reestruturação produtiva: a base técnica de produção fordista vai aos poucos sendo substituída por um processo de trabalho de um novo paradigma tecnológico apoiado essencialmente na microeletrônica; o projeto pedagógico do modelo taylorista/fordista vai sendo substituído pelo projeto pedagógico da globalização da economia e reestruturação produtiva, o qual ainda hegemônico começa a apresentar-se como dominante; a globalização da economia e a reestruturação produtiva enquanto macroestratégias responsáveis pelo novo padrão de acumulação capitalista transformam radicalmente o paradigma taylorista/fordista imprimindo vertiginosa dinamicidade às mudanças que ocorrem no processo produtivo; os processos de trabalho rígido vão sendo substituídos pelos de base flexível; a  linha de produção vai sendo substituída pelas células de produção; o antigo processo de qualidade dá lugar ao controle internalizado, feito pelo próprio trabalhador; a eletromecânica vai cedendo lugar à microeletrônica.
Enfim, no mercado globalizado passa-se a se falar em Controle Estatístico de Processo e do Produto e as palavras de ordem são qualidade, com menor custo,  e competitividade.

No que diz respeito à formação dos trabalhadores, embora incluídos no mundo do trabalho, há uma dicotomia,  tendo em vista que há duas modalidades de educação: A educação técnico-científica para um número reduzido, mesmo assim, há uma estratificação entre eles. E a educação precária para um grande contingente de trabalhadores, responsáveis por atividades trabalhistas precarizadas. Totalmente, fora das possibilidades de produção e consumo e, em decorrência, do direito à educação e à formação profissional de qualidade, há uma grande massa de excluídos, que cresce a cada dia, devido  ao caráter concentrador do capitalismo, acentuado por esse novo padrão de acumulação.
Diante deste cenário, é importante salientar que há avanços no tocante a qualificação para o trabalho através da Educação básica, no entanto, não é para todos, pois ainda predomina nas escolas o Projeto pedagógico do taylorista/fordista, a educação do trabalhador é concebida através da articulação de diferentes elementos, por meio da mediação das relações que ocorrem no trabalho coletivo resultando de vários determinantes subjetivos e objetivos, a exemplo de relações sociais vividas e suas articulações, escolaridade, acesso a informações, domínio do método científico, duração e profundidade das experiências vivenciadas, tanto laborais quanto sociais, acesso a espaço, saberes, manifestações científicas e culturais.
Em decorrência, a educação profissional passa a repousar sobre os conhecimentos e habilidades cognitivas e comportamentais que permitam ao cidadão científico, de forma a ser capaz de se utilizar de conhecimentos científicos e tecnológicos de modo articulado para resolver problemas  de prática social e produtiva.
No entanto, todas as mudanças no mercado globalizado não superam a divisão social e técnica do trabalho, pois a educação escolar não prepara o trabalhador para a sua inserção igualitária no mundo do trabalho, fato este que ocorre pela própria ideologia capitalista, que e a racionalidade econômica.

Referência:

KUENZER, Acácia Zeneida. AS MUDANÇAS NO MUNDO DO TRABALHO E A EDUCAÇÃO: novos desafios para a gestão. 

Nenhum comentário: